O relatório final da CPI dos R$ 20 milhões, criada pela Câmara Municipal de Óbidos, trouxe à tona fortes suspeitas de uso errado de dinheiro público que deveria ser usado para asfaltar ruas da cidade. O empréstimo foi feito junto ao Banco do Brasil durante a gestão do prefeito Jaime Silva, que agora aparece como principal responsável político pelo caso.
Jaime Silva, que já carrega no currículo condenações por corrupção, ainda tentou barrar o andamento da CPI na Justiça, numa clara tentativa de impedir que as investigações avançassem. Mesmo assim, a comissão seguiu com os trabalhos e chegou a conclusões preocupantes.
De acordo com o relatório, quase 90% do dinheiro do empréstimo — mais de R$ 15 milhões — não aparece nas obras da cidade. O dinheiro foi liberado em 2024, mas quem anda pelas ruas de Óbidos não vê pavimentação que justifique esse valor. Na prática, o que a CPI aponta é um enorme contraste entre o dinheiro que entrou nos cofres da prefeitura e o que realmente foi feito para a população.
A CPI deixa claro que esse dinheiro tinha destino certo: asfaltar ruas. Qualquer uso diferente disso pode ser ilegal. A falta de obras, somada à falta de explicações claras sobre onde o dinheiro foi parar, reforça a suspeita de desvio e de desrespeito às regras básicas da administração pública.
Como prefeito, Jaime Silva é quem manda, assina e decide sobre o uso dos recursos. Foi no governo dele que o empréstimo foi feito, o dinheiro entrou e, segundo a CPI, sumiu sem deixar obras visíveis. Por isso, o relatório coloca o prefeito no centro das suspeitas, apontando falta de transparência e possível mau uso do dinheiro público.
Diante da gravidade do caso, os vereadores decidiram por unanimidade encaminhar o relatório ao Ministério Público Estadual, ao Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA), Tribunal de Contas dos Municípios, à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. Agora, esses órgãos devem aprofundar as investigações, identificar os responsáveis e apurar se houve prejuízo aos cofres públicos. Dentre os indicamentos estão: Crime de Improbidade Administrativa, Crime de Responsabilidade Fiscal e outros.
A relatora da CPI, vereadora Izalina Alves (PSB), afirmou que a Câmara fez sua parte. Segundo ela, o relatório mostra problemas graves que não podem ser ignorados e agora cabe aos órgãos de fiscalização tomar as providências necessárias.
O resultado final da CPI reforça o sentimento de desconfiança da população e coloca o governo de Jaime Silva sob forte pressão política e jurídica, com possibilidade de novas investigações, punições e desdobramentos na Justiça.
Por- Redação
