Gravidez na adolescência requer apoio, principalmente da família — Foto: SBP/Divulgação |
O objetivo da programação é promover a troca de ideias pelos participantes acerca do cuidado com a saúde do adolescente e da prevenção da gravidez precoce.
A Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência é dedicada anualmente a divulgar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na faixa etária de 10 a 19 anos. No Pará, as ações da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) neste ano serão norteadas pelo tema “Prevenção da Gravidez na Adolescência – agir agora: cada adolescente, uma realidade”.
A programação começará já nos dias 02 e 03 de fevereiro (quinta e sexta-feira), por meio de roda de conversa com adolescentes atendidas na Usina da Paz do Bengui, em Belém. Ainda será realizada oficina sobre prevenção à gravidez na adolescência, nos dias 06 e 07, destinada a profissionais do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, e uma Webconferência, no dia 15 de fevereiro, para municípios, por meio do Sistema Educacional Interativo – V, canal 2 da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
A coordenadora estadual de Saúde do Adolescente e Jovem da Sespa, Vera Canto, disse que o objetivo dessas iniciativas é promover a troca de ideias pelos participantes acerca do cuidado com a saúde do adolescente, visando à prevenção da gravidez precoce. “São desafios que se apresentam ao profissional ao atender o adolescente na atualidade”, destacou.
São nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), com as Unidades Básicas de Saúde geridas por prefeituras municipais, que são oferecidas à população adolescente e jovem as principais ações educativas sobre sexualidade responsável, promoção à saúde, prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e gravidez precoce.
Métodos de prevenção - Segundo as recomendações do Ministério da Saúde, nove métodos contraceptivos, que ajudam no planejamento familiar, são ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita a essa população - anticoncepcional injetável mensal; anticoncepcional injetável trimestral; minipílula; pílula combinada; diafragma; pílula anticoncepcional de emergência (ou pílula do dia seguinte); Dispositivo Intrauterino (DIU); preservativo feminino e preservativo masculino.
Nesse fluxo, cabe à Sespa orientar os municípios a conduzir as políticas voltadas para esse segmento, por meio de capacitações e treinamentos sobre normas recomendadas pelo governo federal.
Vera Canto também ressaltou que, ao engravidar, a adolescente precisa procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência para fazer o pré-natal. Também é importante estar acompanhada pelo parceiro. Ambos serão acolhidos e receberão as orientações necessárias para o período da gravidez.
Os adolescentes, pessoas entre 10 e 19 anos, representam de 20% a 30% da população mundial. De acordo com informações do Ministério da Saúde, a taxa de gestação na adolescência no Brasil é alta, com 400 mil casos/ano.
Redução no Pará - “Até novembro de 2022, a proporção de gravidez na adolescência no Pará foi de 20,38%. De um total de 81.197 nascidos vivos no Estado no ano passado, 20.575 foram de adolescentes na faixa de 10 a 19 anos. A gravidez de adolescentes no Pará vem declinando nos últimos quatro anos, pois em 2019 tivemos 31.285 bebês nascidos de mães adolescentes”, informou Vera Canto.
“A melhor forma de prevenir a gravidez na adolescência é com educação, alertando tanto as meninas quantos os meninos sobre os impactos de uma gestação precoce em seu desenvolvimento”, frisou a coordenadora.
Ainda segundo Vera Canto, “a abordagem é sobre adolescentes que desenvolvem problemas de saúde devido à gestação, deixam a escola e não têm oportunidade de emprego. São várias as consequências sociais e econômicas que eternizam um ciclo de pobreza e baixa escolaridade”.
Com informações da Agência Pará
Texto: Mozart Lira (SESPA)